Resenha - A Menina Que Tinha Dons
A Menina Que Tinha Dons
Autor (a): M. R. Carey
Editora: Rocco-Fábrica231
Gênero: Literatura Estrangeira / Fantasia / Drama / Suspense
Páginas: 384
Sinopse: Skoob
O livro com suas qualidades e inovações torna tudo mais enigmático e comovente, já que a cada capítulo a destruição da humanidade se transforma em um verdadeiro espetáculo. A Menina Que Tinha Dons ainda tendo um tema tão ‘modinha’ como catástrofes/apocalipses zumbis consegue prevalecer sobre tantos outros livros do mesmo gênero que a todo o momento são lançados. A obra é uma distopia que leva qualquer um que goste de ficção científica ao abismo.
“Mas o futuro é incerto e ele nem mesmo consegue se entusiasmar o bastante para se masturbar”.
Em 384 páginas o livro lhe mostra uma narração que merece ser lida, ao mesmo tempo em que lhe arremessa numa história cheia de riscos alucinantes, com personagens irresistíveis (com certa exceção), e com inovações memoráveis que começam desde o nome dos zumbis que são chamados de ‘famintos’, até a causa do apocalipse e a proliferação do problema.
“E as crianças mortas arrastava, a alma de cada vivo. Um peso de culpa que se carrega a sua volta como a lua carrega o mar, imenso demais para se erguer e demasiadamente parte de você para que o deixe de lado”.
Já que o pretexto sobre a origem dos ‘zumbis=famintos’ é nova, o que não falta são as explicações científicas que aparecem, e do mesmo jeito que dificultam na compreensão da narrativa, também possuem o poder de deixar todo aquele drama o mais real possível. Apesar disso, durante o andamento do enredo aparecem alguns clichês típicos de narrações zumbis.
“Acima do altar, em tinta spray verde, as palavras ELE NÃO ESTÁ OUVINDO, IMBECIS. Parks considera isto um axioma. Nunca resou na vida”.
A história é relatada em 3º pessoa, e é narrada por vários personagens, ou seja, o leitor quando menos se espera se apega a ‘todos’. M. R. Carey, o autor, desenvolveu um conteúdo poderoso que da mesma forma que pode agradar tem a capacidade de aborrecer, afinal sua história é de certa forma concluída pelos pensamentos do leitor, e se determinado indivíduo não consegue entender a essência da narrativa o livro será uma perda de tempo ocasionando perguntas sem respostas, e eventos sem lógica. Por outro lado se o leitor compreender a distopia, o livro A Menina Que Tinha Dons se torna um dentre tantos que merece ser taxado como fantástico.
“– Doutora – diz o sargento, aflito –, se vai falar como uma merda de enciclopédia...”.
