Resenha - Canalhas1: O Príncipe Dos Canalhas

Canalhas1 - O Príncipe Dos Canalhas
Autor (a): Loretta Chase
Editora: Arqueiro
Gênero: Literatura Estrangeira/ Drama/ Romance/
Páginas: 288
Sinopse: Skoob
O Príncipe Dos Canalhas (1º livro da série "Canalhas ou Lord of Scoundrels") é o o romance histórico que possui todas as qualidades para ser uma história viciante, além de ter um título bem enigmático e totalmente único. As maravilhas do enredo não param por aí, ou seja, esses incontáveis adjetivos vão desde o casal protagonista, a narração em 3° pessoa, os outros personagens, as descrições, e os conflitos que parecem se multiplicar a cada capítulo.
“– Eu sou seu pai, seu fedelho desgraçado, e quando eu digo que você está sujo e precisa de um banho, você diz “Sim, senhor”. Você não manda...
{...} – Vá se foder. – O garoto soltou um som estrangulado, algo entre um soluço e uma risada. – Foda-se. Foda-se, Foda-se, Foda-se. Foder, Foder, Foder.”
Esses ' tormentos' que são desde cômicos a irônicos são um dos pontos chaves do livro, e por isso a leitura não fica tediosa nem por um segundo. A realidade do momento parece ter sido a única imperfeição dessa trama, afinal a história teve em momentos tamanha ousadia e petulância que simplesmente não bateu com um fato ocorrido numa sociedade tão machista e preconceituosa como aquela.
“Achava que, graças ás condições abomináveis das estradas francesas, seu traseiro já devia estar cheio de hematomas”.
O enredo não se resume apenas a paixão platônica que gradativamente se transforma em amor para toda vida (e para toda morte), afinal Sebastian Leslie Guy de Ath Ballister ou Lorde Dain ou Belzebu como é mais conhecido tem os seus fantasmas do passado – como não reconhecer sua beleza física, e nem o seu sentimentalismo – esses problemas assombram o seu presente, e acabam resultando num romance que você não espera um homem perfeito e angelical, mas um amor que reconheça seus defeitos com carinho.
“Se pudesse negar que aquela coisa era seu filho, ele o faria. Mas não podia, pois na nádega esquerda da criança se encontrava a mesma mancha escura de nascença, o formato de balestra adornava a própria anatomia de lorde Dain {...}”.
Enquanto nos deliciamos com os encontros da solteirona e femme fatale Lady Jessica Trent com o Belzebu, uma abominação, uma desgraça para seu país, um patife desocupado cuja consciência não era maior que a de uma barata, a única certeza que mais temos é que esse tipo de atração é devasso, então não tem exatamente a classificação indicativa livre, contudo, não é libertino em todas as páginas.
O livro participa do novo estilo de sagas de romances históricos onde a autora consegue escrever as aventuras amorosas sem a necessidade dos volumes serem obrigatoriamente lidos ou lê-los na ordem, ou seja, os enredos possuem sua própria essência tendo entre um livro e outro pequenos envolvimentos perceptíveis para quem quiser ver.
“– E eu digo que sua mãe deu no pé porque não suportou olhar para você nem por mais um minuto. Porque você parece uma lacraia suja”.
A narrativa não desenvolve muito a história de outras pessoas, entretanto isso não impede que esses secundários roubem a cena em alguns momentos. Para um fanático ou uma fanática por leitura de aventuras amorosas de época a possibilidade de se cativar pela narração é bem grande, porém a falta de novidades e semelhanças com outros livros do mesmo gênero pode causar certa decepção nada que a autora não possa resolver com os espetaculares capítulos da trama.
