Resenha - Em Algum Lugar Nas Estrelas

Em Algum Lugar Nas Estrelas
Autor (a): Clare Vanderpool
Editora: DarkSide
Gênero: Literatura Estrangeira / Drama/ Infanto-Juvenil
Páginas: 272
Sinopse: Skoob
Muitos sentimentos poderiam definir essa história maravilhosa, porém, devo começar dizendo que ela é uma confusão deliciosa de se ler. Em Algum Lugar Nas Estrelas vem conquistando seu lugar com inúmeros elogios e não poderia ser diferente, uma vez que a essência inocente e curiosa do enredo nos leva a se apaixonar por todos os detalhes que o livro pode oferecer, além do maravilhoso design que a editora já fez questão de ofertar.
“– Dorothy não deixou Totó. Ruth não deixou Naomi. Capitão América jamais deixaria Bucky para trás”.
O Prólogo deixa claro que o nosso narrador é John Backer, entretanto só com a participação do estranho Early Auden é que a aventura foi possível. A esperança de encontrar e salvar algo perdido são os motivos desses garotos de embarcar numa busca ousada que desafia as fronteiras do mundo fantástico e real, enquanto, ainda temos a história de π (Pi) que nos serve de bússola para os evidentes desafios que vão surgir.
John Backer e Early Auden são as sínteses de como diferenças podem dar uma história excelente, pois, enquanto John é o lado racional e precisa se encontrar para se salvar, Earlyn é a parte sensível da dupla e deve salvar alguém que lhe é querido, ou seja, os opostos se completam.
“{...} Mas ele ainda estava aprendendo qual era seu lugar no mundo. E ainda não havia conquistado seu nome”.
Clare Vanderpool trouxe uma carga extremamente poética para seu livro, o que me lembrar em muito o Pequeno Príncipe, e ainda assim, conseguiu fazer esses diálogos serem de fácil compreensão para aquele que se jogasse nas páginas e mais páginas que ela escreveu o que é fácil de acontecer.
“Minha mãe era como a areia. Do tipo que esquenta na praia quando você sai da água tremendo de frio. Do tipo que gruda no corpo, deixando uma impressão na pele para fazer você se lembrar de onde esteve e de onde veio. Do tipo que você continua achando nos sapatos e nos bolsos muito tempo depois de ter ido embora da praia”.
A escritora não poupou na construção de um universo em meados de 1945 no ponto de vista de Jack que acabou de perder a mãe, entretanto ganhou um pai perdido em si mesmo; não se sabe se é por conta da guerra ou por não saber lidar com o próprio filho, e logo em seguida deixando o menino em um colégio militar no Maine.
“Certa vez, ouvi um poema sobre lançar a linha. Ele dizia que, quando o pescador joga a linha, é como se jogasse seus problemas para a correnteza levá-los embora. Por isso, continuo jogando”
Em Algum Lugar Nas Estrelas satisfaz a necessidade de qualquer leitor que consiga olhar entre as linhas e ver o que realmente o autor (no caso autora) quer ensinar, e de maneira especial decifrar esse enigma é um ótimo passatempo.
